Seguir orientações para pacientes pós AVC é essencial para uma recuperação adequada.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de incapacidade no mundo. A recuperação após um AVC é um processo longo e desafiador, tanto para os pacientes quanto para suas famílias.
Uma abordagem adequada e bem estruturada pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e no processo de reabilitação.
Neste artigo, discutiremos as principais orientações para pacientes pós-AVC, explorando dicas para cuidadores e familiares, além do papel que a tecnologia, como o monitoramento remoto, pode desempenhar nesse momento.
Entendendo o AVC
O AVC ocorre quando há uma interrupção no fluxo sanguíneo para o cérebro, privando-o de oxigênio e nutrientes essenciais.
Existem dois principais tipos de AVC:
- AVC Isquêmico: É o tipo mais comum, representando cerca de 85% dos casos. Ocorre quando um coágulo bloqueia uma artéria cerebral, interrompendo o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro.
- AVC Hemorrágico: Esse tipo acontece quando há rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, causando um sangramento que danifica as células cerebrais. Esse tipo é menos comum, porém mais grave e com maiores taxas de mortalidade.
Cada tipo de AVC requer uma abordagem específica de tratamento e reabilitação, mas ambos exigem atenção imediata e acompanhamento contínuo para otimizar a recuperação do paciente.
Fatores de risco e causas do AVC
Vários fatores aumentam o risco de desenvolver um AVC, e muitos deles estão ligados ao estilo de vida. Entre os principais fatores de risco estão:
- Hipertensão Arterial: Considerada o principal fator de risco para o AVC. A pressão arterial elevada pode danificar os vasos sanguíneos do cérebro, levando a rupturas ou entupimentos.
- Diabetes: O descontrole glicêmico pode causar danos aos vasos sanguíneos, aumentando o risco de formação de coágulos.
- Colesterol Alto: Altos níveis de colesterol podem causar o acúmulo de placas nas artérias, dificultando o fluxo sanguíneo.
- Tabagismo: Fumar danifica os vasos sanguíneos e aumenta o risco de coágulos.
- Sedentarismo: A falta de atividades físicas contribui para a obesidade e outras condições que aumentam o risco de AVC.
A prevenção é fundamental. Adotar hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos regularmente, manter uma dieta equilibrada e controlar fatores como hipertensão e colesterol, pode reduzir significativamente o risco de um AVC.
Fases da recuperação após um AVC
A recuperação após um AVC é um processo complexo, que pode variar de paciente para paciente.
Geralmente, o processo de recuperação pode ser dividido em três fases principais:
1. Fase Aguda
A fase aguda acontece logo após o AVC, quando o paciente está hospitalizado e sob observação médica.
Nesta fase, os cuidados se concentram na estabilização do paciente e na prevenção de novos episódios, além de iniciar intervenções imediatas, como o uso de medicamentos trombolíticos (no caso do AVC isquêmico) ou a cirurgia (em casos de AVC hemorrágico).
Monitoramento intensivo e suporte respiratório também podem ser necessários.
2. Fase Subaguda ou de Reabilitação
A fase de reabilitação tem início assim que o paciente está clinicamente estável.
Nesse estágio, o foco é recuperar habilidades perdidas, restaurar a função motora e cognitiva, e ajudar o paciente a readquirir sua independência. A reabilitação pode envolver uma combinação de:
- Fisioterapia Motora: Para ajudar o paciente a recuperar força e coordenação nos membros afetados.
- Terapia Ocupacional: Focada em ensinar o paciente a realizar atividades cotidianas, como vestir-se e alimentar-se, com independência.
- Fonoaudiologia: Importante para pacientes que tiveram dificuldades com a fala ou deglutição após o AVC.
- Reabilitação Cognitiva: Trabalha a memória, a concentração e o raciocínio.
3. Fase Crônica
Na fase crônica, que se estende por meses ou até anos após o AVC, o objetivo é manter as habilidades recuperadas e prevenir complicações.
É aqui que o monitoramento contínuo se torna crucial, e a participação ativa de familiares e cuidadores faz toda a diferença no suporte ao paciente.
Orientações para pacientes pós-AVC: Dicas para familiares e cuidadores
O papel dos cuidadores é fundamental para ajudar o paciente a seguir seu plano de recuperação.
Aqui estão algumas orientações práticas para apoiar o paciente durante essa jornada:
1. Adaptações no ambiente doméstico
O ambiente doméstico precisa ser seguro e acessível para garantir a mobilidade do paciente e evitar quedas ou acidentes. Algumas sugestões de adaptações incluem:
- Remover obstáculos: Certifique-se de que não há tapetes soltos ou móveis no caminho.
- Instalar barras de apoio: Coloque barras no banheiro e nos corredores para que o paciente tenha algo em que se apoiar ao caminhar.
- Cadeiras de banho: Utilizar cadeiras de banho pode facilitar a higienização do paciente de maneira segura.
2. Estímulo à independência
É natural que os familiares queiram ajudar o máximo possível, mas é importante estimular a independência do paciente sempre que for seguro e possível. Isso ajuda a restaurar a confiança e melhorar a autoestima.
- Atividades simples: Incentive o paciente a realizar pequenas tarefas, como se alimentar ou escovar os dentes sozinho.
- Respeitar os limites: Cada paciente se recupera em um ritmo diferente. É importante respeitar seus limites físicos e emocionais, sem pressioná-lo excessivamente.
3. Suporte emocional e psicológico
O AVC não afeta apenas o corpo, mas também pode ter um impacto significativo nas emoções do paciente. Muitos desenvolvem depressão, ansiedade ou alterações comportamentais devido às mudanças em sua vida.
- Apoio constante: Esteja presente e ofereça apoio emocional, demonstrando paciência e compreensão.
- Terapia psicológica: Em muitos casos, é recomendável que o paciente receba acompanhamento de um psicólogo, especializado na reabilitação pós-AVC.
O papel do monitoramento remoto na recuperação pós-AVC
A tecnologia tem se mostrado uma grande aliada na recuperação de pacientes pós-AVC.
O monitoramento remoto permite um acompanhamento mais próximo das condições de saúde do paciente, oferecendo inúmeras vantagens:
- Acompanhamento contínuo: Dispositivos conectados podem monitorar os sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e oxigenação, em tempo real.
- Prevenção de complicações: Com o monitoramento constante, médicos e cuidadores podem ser alertados de mudanças preocupantes no estado do paciente, o que permite intervenções rápidas e eficazes.
- Feedback para a equipe médica: As informações obtidas pelo monitoramento remoto são compartilhadas com os profissionais de saúde, o que facilita ajustes nos tratamentos e medicamentos, promovendo uma recuperação mais eficiente.
Conheça a MONISSA
A MONISSA é uma plataforma inovadora de saúde digital, que oferece monitoramento remoto para pacientes com doenças crônicas complexas, incluindo aqueles em recuperação pós-AVC.
Com o MONISSA, os pacientes podem se beneficiar de:
Monitoramento de sinais vitais
A plataforma permite acompanhar dados importantes, como pressão arterial e níveis de oxigênio, ajudando a detectar alterações que poderiam indicar complicações.
Suporte especializado
A equipe médica da MONISSA está disponível para fornecer suporte e orientações personalizadas, garantindo que o paciente receba o cuidado adequado a cada etapa da recuperação.
Conexão contínua com a equipe médica
A MONISSA facilita a comunicação entre o paciente, os cuidadores e os profissionais de saúde, oferecendo um canal direto para relatar sintomas ou pedir ajuda em tempo real.
Prevenção de complicações
Atuando rapidamente em alterações de saúde e monitorando periodicamente o quadro de saúde dos nossos pacientes, procuramos intervir o mais rápido possível, para evitar idas desnecessárias ao pronto atendimento e antecipar necessidade de internações hospitalares, quando indicadas.
Com o uso da tecnologia da MONISSA, o processo de recuperação pós-AVC pode ser monitorado de forma mais eficiente, oferecendo mais segurança tanto para o paciente quanto para os cuidadores. A plataforma se mostra um auxílio essencial para otimizar os cuidados e garantir o sucesso da reabilitação.
Referências:
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